Marília Mendonça foi o maior fenômeno de 2016 no mundo da música. A cantora de 21 anos tem um dos cachês mais valorizados do sertanejo, conta com uma média de 25 shows por mês, foi uma das artistas mais ouvidas do YouTube – superando nomes como Adele, Taylor Swift e Shakira – e, com isso, já passou de 1,6 bilhões de visualizações. Ao R7, ela contou que foi o ano das meninas do sertanejo.
— Nosso crescimento foi muito junto. Tudo o que conquistei, as meninas conquistaram também. Todas têm uma história muito bonita. Maiara e Maraísa, por exemplo, ralaram muito mais do que eu. Eu vi elas trabalhando enquanto ficava à toa.
Segundo Marília, o sucesso é proveniente de muito trabalho e não de sorte.
— As pessoas costumam me perguntar: “por que isso aconteceu. Por que com vocês? Por que não aconteceu antes? E o que fazer para isso continuar?”. Digo que, para continuar, é fazer com que as mulheres que estão vindo entendam que não é apenas pelo momento favorável e que vai levar você para cima. Isso não acontece. Você precisa ter talento, precisa ralar bastante, entender como funciona o mercado. Não acontece sorte.
A cantora ainda declarou que é questionada sobre a velocidade do sucesso que fez.
— Muitas pessoas dizem que aconteceu muita coisa rápida pra gente em um ano. Só que ninguém faz o que a gente fez, desafio alguém conseguir fazer o que a gente fez nesse ano nessa loucura de entrar dentro de van, de avião, de estar virada há dois dias. De ir do Sul para o Ceará, de fazer DVD às pressas. É uma coisa difícil.
Com músicas empoderadas, Marília falou que discorda de alguns conceitos do feminismo e que o mercado sertanejo ainda depende muito do universo masculino.
— Me perguntam muito sobre o feminismo, sobre várias coisas. Até surgiram algumas conversas trocadas de que a Marilia Mendonça não gosta de feminismo. Mas não é isso. Não concordo com alguns conceitos do feminismo porque eu, Marília Mendonça, fui no ralo, foi no trabalho. Ninguém sentiu dó de mim. Não consegui, até tentei, mas não consegui fazer nenhum tipo de revolução, ou ganhar algum espaço, porque sou mulher, fiz revolução e fui rebelde. Não fui rebelde, eu trabalhei, usei muito dos meus parceiros masculinos que me ajudaram também. Se você perguntar qual mulher que me ajudou, vou dizer que foi Maiara e Maraisa e que eu ajudei ela. E não existe mais mulher nesse meio. Nosso empresário é homem, nossos maiores parceiros também são homens. Então, muita coisa que se conversa por aí, não acredito.
Para finalizar, a cantora falou que o machismo, muitas vezes, vem por parte das mulheres.
— E hoje em dia acontece de o machismo vir, principalmente, da mulher. Sabe por que? Quem me critica no Instagram, quem fala da minha roupa, do meu corpo, não é o homem, é a mulher. É uma coisa que ninguém entende, mas isso acontece. É um conceito muito antigo ainda. O que digo é que a maiara e maraisa e marilia mendonça não usaram dos conceitos feministas. Nós somos mulheres, acreditamos no poder da mulher, com certeza, mas vindo de muito trabalho.