por Mauro Ferreira
Em 1999, o cantor, compositor e músico carioca Jorge Aragão fez sucesso com gravação instrumental da Ave Maria (Charles Gounod sobre prelúdio de Bach, 1853) solada no cavaquinho e incluída em disco ao vivo. Decorridos 18 anos, outro bamba do samba do Rio de Janeiro, Dudu Nobre, faz registro similar da célebre Ave Maria. A gravação de Dudu é uma das faixas de Cavaco de Natal, primeiro disco instrumental desse sambista carioca projetado na segunda metade dos anos 1990 como discípulo do estilo partideiro de Zeca Pagodinho.
Lançado na sexta-feira, 8 de dezembro, Cavaco de Natal se situa na fronteira entre um EP e um álbum por contabilizar somente sete faixas. Neste disco, Dudu sola no cavaquinho recorrentes standards brasileiros e estrangeiros do cancioneiro natalino como Boas festas(Assis Valente, 1933), Jingle bells (James Pierpont, 1857), Noite feliz (Franz Gruber e Joseph Mohr, 1818) e O velhinho (Otávio Babo Filho, 1954).
As surpresas do repertório abordado por Dudu no disco Cavaco de Natal são A paz (João Donato e Gilberto Gil, 1987) – tema não associado às festas de fim de ano, mas de espírito condizente com o clima do Natal – e Para não ser triste (1985), jingle de comercial de Natal lançado pelo extinto Banco Nacional em 1985.
(Crédito da imagem: capa do disco Cavaco de Natal, de Dudu Nobre)