Miley Cyrus abandona ousadia e volta às baladas country pop com 'Younger Now'
30/09/2017 06:33 em NOVIDADES

Cantora lança sexto disco da carreira nesta sexta-feira (29), após mudar visual e comportamento. Tentativa era de álbum pessoal, mas resultado fica aquém da proposta.

Por Braulio Lorentz, G1

De Hannah Montana (a personagem do Disney Channel que era popstar ou não dependendo da peruca que usava) a ícone da transgressão e do "twerking", Miley Cyrus ousou tanto que ficou meio over. E até ela parece ter percebido isso...

Com mudanças no visual, no comportamento e na sonoridade, a cantora e atriz americana de 24 anos lança nesta sexta-feira seu sexto disco, "Younger Now".

É o álbum mais pessoal da carreira de Miley: basta olhar a lista de compositores. Antes, ela dividia a autoria de cada música com até sete produtores. Agora, Miley trabalha com no máximo mais um por canção. E assina sozinha todas as letras.

Mesmo assim, é uma pena que "Younger Now" fique aquém das expectivas. É um disco de country pop pouco inspirado, com só três bons momentos. Nas letras, sobram metáforas bobinhas.

 

Veja o faixa a faixa:

 

 

"Younger Now"

 

Chega perto do pop alternativo, de arranjo mais etéreo e com algo de indie rock. Mira em Florence and the Machine e Lorde, mas acerta na Kesha. "Mesmo que não seja quem eu sou / Eu não tenho medo de quem eu costumava ser", canta Miley, com muitos ecos na voz e início com barulho de chuva.

 

"Malibu"

 

Parabéns para quem escolheu esta música como primeiro single. É infinitamente melhor do que o resto do disco. Tirando os backing vocals esganiçados, tudo funciona: o arranjo singelo, a levada de guitarra e a cantora no melhor de sua forma em toda a carreira.

 

"Rainbowland"

 

É um dueto com Dolly Parton, ícone do country americano de 71 anos. Não só por isso, é a mais countryzona. A tal "Rainbowland" ("terra do arco-íris") é o estúdio que Miley tem em Malibu, na Califórnia, nos EUA. A música tem ainda mensagens de voz que Dolly deixou para ela.

 

 

"Week Without You"

De novo, ela vai pelo country, mas agora misturando com pop. Miley versa sobre quando se separou do ator Liam Hemsworth. Agora eles estão juntos de novo.

 

"Miss You so Much"

 

Em balada com violão, a voz de Miley parece tão anasalada quanto nos tempos de Hannah Montanna. De novo a imagem de um arco-íris conduz parte da letra: "Quando olho para o arco-íris, você pensa no que te espera no fim? Eu não quero ouro, nada é maior do que você".

 
Miley Cyrus na capa do disco 'Younger now' (Foto: Divulgação)Miley Cyrus na capa do disco 'Younger now' (Foto: Divulgação)

Miley Cyrus na capa do disco 'Younger now' (Foto: Divulgação)

 

"I Would Die for You"

 

Faz lembrar Mumford and Sons. Ou algo mais superficial, como indie folk roqueiros de propaganda de celular cantando refrões com "hey", "ho", "oh" ou sei lá o quê. A letra deveria ser mais densa, mas não vai tão além. "Quando você se vai, o tempo passa mais devagar/ Como a grama, eu vi a gente crescer", compara Miley.

 

"Thinkin"

 

É a mais diferente e suingada: poderia estar em "Bangerz", disco mais pop e espevitado de Miley, lançado em 2013.

 

"Bad Mood"

 

Um coro de "Ooooh" permanece em toda a música. É uma balada sobre acordar de mau humor. Tem outras metáforas fraquinhas como "abra sua janela", "luzes estão falhando", "estar atado por uma corda", "o teto de vidro vai quebrar". Há redações de crianças de 12 anos com mais profundidade do que isso.

 

 

"Love Someone"

 

Canção lenta meio rock de FM, meio Lady Gaga. Miley canta sobre estar com a pessoa errada, mas insistir no relacionamento mesmo assim. "Desde o primeiro dia que te conheci / Eu soube que o cara não era você / Mas nada me fez te esquecer / Botar minhas coisas na mala e sair fora".

 

"She’s Not Him"

 

A letra parece ter sido escrita para explicar o motivo de Miley ter terminado com Stella Maxwell e voltado a ficar com Liam Hemsworth. É uma balada country pop bem ok.

 

"Inspired"

 

Dedilhados de violão, violoncelo, violino, bateria abafadinha, vocal sussurrado, letra sobre tristeza e memórias da família. Top 3 do disco. Se algum sertanejo ou sertaneja regravar, vai ficar demais.

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