De Mariah a Britney Spears: cantoras pop dos anos 90 perderam espaço para nova geração
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Publicado em 13/01/2017
Pop, decadência e depressão
Volte 15 anos no tempo. Agora, pense se seria possível imaginar que estrelas do porte de Britney Spears, Mariah Carey, Jennifer Lopez e Christina Aguilera veriam suas carreiras desandar. E ainda pior: muitas vezes precisar se submeter a realizar shows em Las Vegas, local popularmente conhecido por abrigar artistas decadentes? Apesar da renovação constante do mercado pop, nem o analista mais pessimista do mercado fonográfico poderia prever ou apostar nesse cenário. Embora ainda gozem de boa reputação entre os fãs, há cerca de dez anos as trajetórias dessas e outras estrelas dos anos 90 é apenas uma sombra do que já foi um dia. Os motivos variam, mas a má gestão das carreiras e desequilíbrio emocional para lidar com a fama resultaram na situação observada hoje.
Um dos casos mais emblemáticos dessa decadência artística é Mariah Carey. A cantora que dominou as paradas dos anos 90 nos Estados Unidos e no mundo parecia que jamais seria destronada do top das paradas. Mas desde o início dos anos 2000 que a carreira dela desandou. Embora ainda tenha emplacado hits com os discos Chambracelet (2002) e Emancipation of Mimi (2005), foi com a dobradinha Rainbow (1999) e Glitter (2001) que ela experimentou o gosto de ser uma das principais cantoras do mundo pela última vez.
Mariah Carey - Heartbreaker
A falta de renovação, o mal direcionamento artístico após a separação de Tommy Mottola e ausência de baladas românticas avassaladoras como Hero nos discos foram diminuindo o impacto de cada novo projeto da cantora. Somado a isso, um fato pesa na perda de popularidade. Em 2000, ela assinou contrato de cinco álbuns no valor de US$ 100.000.000 com a Virgin Records, empresa subsidiária da EMI Music. Antes do lançamento do filme Glitter (2001), Mariah sofreu um "colapso emocional e físico". Com a má recepção crítica e comercial do filme e de sua trilha sonora homônima (2001), Carey teve o seu contrato com a Virgin eventualmente cancelado e a gravadora lhe pagou apenas US$ 49.000.000, cujo período deu início ao declínio de sua popularidade. Depois disso, ela nunca mais ela conseguiu ser quem foi nos anos 90. E pior: se rendeu ao reduto decadente da residência em hotéis de Las Vegas e aceitou estrelar um reality show. O ex-marido da cantora comentou recentemente que ela precisa de ajuda para recuperar o prestígio perdido, que ainda foi mais abalado com os recentes problemas técnicos enfrentados em um show de Reveillon em Nova York. A essa altura, é difícil apostar nessa recuperação. Mas não impossível. Quando lançou o avassalador Private Dancer, em 1984, Tina Turner tinha 45 anos, apenas um a menos que Mariah. E isso não impediu o álbum de ser líder das paradas.
Já Britney vive altos e baixos nos últimos 15 anos. A princesinha do pop norte-americano parecia que trilharia caminho semelhante ao de Madonna na carreira. Mas o legado dela até o momento é bem menos impactante e importante para a música pop. O principal motivo para a carreira da loira sair dos trilhos foi a própria incapacidade de lidar com o fato de ser a maior estrela do mundo. E em 2007, isso gerou crises que levaram Britney a surtar, cortar o cabelo e ameaçar um fotógrafo com guarda chuva. Apesar disso, nesse mesmo ano, ela lançou o elogiado Blackout e, no ano seguinte, saiu Circus, também bem-recepcionado por crítica e público. Mas pop é como uma maratona: se você não emplaca singles no topo, um sinal amarelo é aceso na hora.
Britney Spears - Gimme More
Femme Fatale (2011), Jean (2013) e Glory (2016) também tiveram bom desempenho nas paradas. No entanto, não garantiram que Britney desbancasse por muito tempo as maiores estrelas da atualidade, como Taylor Swift e Beyoncé. Entre os críticos, há o consenso que a cantora precisa se renovar e lançar algum projeto mais ousado. Apesar de nunca ter deixado de lançar discos com êxitos e músicas relevantes, a Britney de 2016 é uma figura que brilha e trabalha na música pop bem menos que Madonna, com uma década e meia a mais de estrada.