Um fuzil AK-47, de fabricação russa, encontrado com um dos seguranças do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, 56, na noite em que o empresário foi executado em Pedro Juan Caballero, pode ser a primeira pista da guerra que estava sendo travada pelo chefão do crime com o ex-sócio, Jarvis Chimenes Pavão, preso há sete anos em Assunção, capital paraguaia. O jornal diário Última Hora, que circula em todo o território paraguaio, informa na edição desta terça-feira (21) que a arma, apreendida pela polícia na noite de quarta-feira passada em poder de um dos seguranças que acompanhavam Jorge Rafaat, teria sido usada para tentar matar Jorge Enrique Fernandez, 24, piloto de avião que supostamente fazia o transporte de drogas para Jarvis Pavão.
Conforme o jornal paraguaio, a ligação foi comprovada através do sistema integrado de balística e identificação (sigla Ibisen, em Inglês), que revela uma espécie de impressão digital deixada pelas balas disparadas.
Jorge Enrique Fernandez foi atacado a tiros na noite de 17 de maio deste ano no centro de Pedro Juan Caballero quando conduzia uma picape Strada branca. Ele seguia pela Rua Doutor Francia e ao chegar à Avenida Mariscal Estigarribia foi baleado, mas conseguiu fugir. No carro estavam dois fuzis calibre 5,56 e 7,62 e uma pistola calibre 380.
Prova pericial - Citando os estudos realizados pelos peritos da polícia paraguaia por meio do sistema Ibis, o jornal afirma que o fuzil de um dos guarda-costas de Jorge Rafaat foi usado no ataque ao piloto de Pavão, que está recolhido no presídio de Tacumbu, o maior do Paraguai, com pelo menos 3.500 detentos.
O rifle foi encontrado na posse de um dos homens depois de ser preso após o ataque que matou Jorge Rafaat durante o intenso tiroteio entre os seguranças e outros traficantes de drogas. Pelo menos cem pistoleiros atacaram o empresário e uma metralhadora antiaérea calibre 50 foi usada para perfurar a blindagem do utilitário Hammer de Rafaat.
Ainda de acordo com o Última Hora, o sistema Ibis é utilizado em países mais desenvolvidos e trabalha com um registro de armas. “Se uma pessoa dispara um tiro, quando se retira o projétil, é possível saber a quem pertence e, portanto, identificar o proprietário”, afirma o jornal.
Conforme o jornal, o ex-ministro da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), Luis Rojas, disse que havia uma rixa entre Jorge Rafaat e Jarvis Pavão.
Carta da família – A ligação do fuzil AK-47 do segurança de Jorge Raffat ao atentado ao piloto de Jarvis Pavão ocorre um dia após a família do empresário morto afirmar, em carta à imprensa, que não acredita nos “rumores” do envolvimento do narcotraficante preso na execução.
Além de Rafaat e Jarvis serem “amigos”, segundo o comunicado, os filhos deles também mantinham amizades e eram sócios em uma produtora de eventos.
Fonte: CampoGrandeNews