O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, e o político Ciro Gomes foram os convidados do "Mariana Godoy Entrevista" desta sexta-feira (3).
"Com certeza e com sucesso", afirmou Picciani sobre as Olimpíadas do Rio. Questionado sobre quem será o presidente do Brasil nos jogos, Picciani afirmou que o presidente atual é Michel Temer e é ele quem deve estar na cerimônia de abertura. Sobre o encerramento dos jogos, ele afirmou que o prefeito do Rio de Janeiro é quem participa.
"Eu acho muito improvável, muito difícil", afirmou Picciani sobre uma possível volta de Dilma ao Planalto. Questionado como alguém que era governo na época Dilma ser também governo na época de Temer, o ministro explicou: "O impeachment não é uma eleição indireta (…) ele é um procedimento jurídico-político e que deve ser analisado. Foi a análise que eu fiz quando optei por meu voto [Picciani votou contra a abertura do processo]". Picciani disse que ele e outros colegas foram "voto vencido", mas que é necessário respeitar a decisão do partido. "É obrigação nossa, do PMDB, ajudar ele [Michel Temer] nesta tarefa", afirmou.
Sobre a delações de Sérgio Machado, que atingiram Romero Jucá, Renan Calheiros, José Sarney, entre outros, Picciani disse que "sempre que há uma suspeita, ela deve ser investigada a fundo (…) Mas não deve haver pré-julgamento".
Já falando sobre a preocupação dos efeitos do zika vírus nas Olimpíadas, Picciani afirmou que isso "não é um problema exclusivo do Brasil". "Nós temos melhoras significativas nos indicadores, a população, que é fundamental no combate ao mosquito, tem aderido às campanhas", citou o ministro. Sobre as declarações do jogador de basquete Pau Gasol, que não gostaria de vir disputar os jogos no Brasil por causa da doença, o ministro disse que isso "provoca a discussão, mas dá a oportunidade de manifestação favorável. Se eu encontrasse ele, diria para não ter medo". Picciani afirmou que "o Rio de Janeiro e o Brasil devem ter a Olimpíada como uma oportunidade".
O ministro disse que recebeu "um voto de confiança" ao ser chamado por Temer para comandar o Ministério do Esporte, mas que ainda não pensa em se candidatar à prefeitura do Rio de Janeiro. O ministro também confirmou "um grande efetivo das Forças Armadas" durante os eventos dos jogos olímpicos. Picciani minimiza eventuais vaias a Temer: "vaias e aplausos são manifestações democráticas" e que "pode ser que aconteçam ou não".
Sobre a delação de Sérgio Machado, que se aproxima da cúpula de seu partido, Picciani afirmou que as acusações "não atingem apenas o PMDB" e que "na democracia, todos podem e devem ser investigados quando existe a suspeita". Fazendo uma previsão sobre Eduardo Cunha, o ministro disse que "o processo contra Cunha deve chegar ao Plenário e aí o Plenário da Câmara dos Deputados terá a chance de se manifestar". O ministro acredita que o Conselho de Ética dará seguimento à decisão do relator, que pediu a cassação de Cunha.
Sobre a CBF, Picciani disse que sua relação "será igual a todas as confederações. Uma relação positiva, teremos diálogos e devemos fazer com que as normas e leis do país que tratam do esporte sejam cumpridas".
O ministro disse que quer "aumentar o nível de investimento nos esporte de alto rendimento e aumentar os investimentos no programa de esporte como inclusão social, nas comunidades, nas regiões mais distantes do país".