Três vereadores que na época da Operação Coffee Break eram do mesmo partido, o PT do B, reclamam do tratamento diferenciado dado a eles, que foram incluídos na lista dos 24 denunciados pela PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) à Justiça. Eles citam documentos que fundamentam a crítica ao MPE (Ministério Público Estadual). O documento é uma declaração com a data de 24 de abril de 2014, assinado pelo então coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), promotor de justiça Marcos Alex Vera de Oliveira. No documento, é citado que os vereadores Otávio Trad, Flávio César e Eduardo Romero, foram ouvidos na condição de testemunhas e que não figuravam como investigados.
Outro documento, uma certidão fornecida pelo Gaeco, informa que a vice-governadora, Rose Modesto (PSDB), também não está entre os investigados na Coffee Break, investigação coordenada pelo Grupo, que faz parte do MPE.
“Essa é uma das estranhezas da arrastada e polêmica Coffee Break, que ficou vários meses no armário, e no final a denúncia acabou por deixar gente importante de fora, envolvendo outros que não estavam a merecer a acusação criminal”, diz o advogado constitucionalista André Borges, que defende o vereador Otávio Trad na Coffee Break
Já o vereador Flávio César (PSDB) questiona o motivo de apenas 13 vereadores e um ex-vereador terem sido denunciados, sendo que no total 23 votaram pela cassação do prefeitoAlcides Bernal (PP). “E os outros nove, eles votaram pela cassação baseado no quê?”, pergunta Flávio César.
O vereador disse que bem antes da cassação do prefeito já fazia oposição a ele, e na Comissão Processante foi escolhido para ser o relator e defendeu o afastamento de Bernal. Ao lembrar que o relatório apontou nove crimes cometidos por Bernal que fundamentaram a cassação, Flávio César pergunta: “como ficam esses nove crimes cometidos por ele (Bernal)? Alguém vai investigar?”.
O vereador disse ter sido surpreendido com a denúncia da PGJ e afirma que vai provar na justiça a sua inocência. “Não devo nada, estou com a consciência tranquila”, diz Flávio César.