Grupo de 24 investigados na Operação Coffee Break foi denunciado nesta terça-feira (31), pela PGJ (Procuradoria-geral de Justiça), por envolvimento no suposto esquema para cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em 2014. Alguns deles responderão por dois tipos de crimes, associação criminosa e corrupção. A petição foi entregue no início da tarde ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), e caberá ao desembargador que cuidará do caso decidir se aceita ou não a denúncia. Em caso positivo, os investigados se tornam réus. A denúncia tem 361 páginas.
No grupo “associação criminosa” estão aqueles que teriam organizado e planejando as ações para que o esquema para a cassação do prefeito desse certo. Já os que foram denunciados por “corrupção ativa” seriam os responsáveis pelo trabalho a campo, de conversar com os vereadores para convencê-los a votar pelo afastamento de Alcides Bernal. Para isso, teriam oferecido aos políticos vantagens financeiras e cargos na administração do vice-prefeito Gilmar Olarte, caso ele assumisse a Prefeitura.
Já os vereadores foram denunciados por “corrupção passiva”, por terem aceito as vantagens para votar pela cassação de Bernal. Na sessão do dia 12 de março de 2014, dos 29 vereadores apenas 6 votaram contra o afastamento do prefeito – os outros 23 foram favoráveis. Alcides Bernal acabou sendo cassado e retornou ao cargo no dia 25 de agosto do ano passado, no mesmo dia em que foi deflagrada a Operação Coffee Break.
As informações foram divulgadas pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Passos. Segundo ele, as investigações tiveram início a partir do compartilhamento de informações da Operação Lama Asfáltica, realizada no dia 9 de julho do ano passado pela Polícia Federal,CGU (Controladoria-Geral da União), Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal).
Segundo Paulo Passos, as investigações deixaram claras que houve um “conluio e conjungação de esforços” para a cassação do prefeito Alcides Bernal, envolvendo políticos, vereadores e empresários. Os vereadores teriam sido cooptados a votarem pela cassação, recebendo em troca dinheiro e cargos na Prefeitura.
A lista é liderada pelos empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos, João Baird, o ex-governador André Puccinelli (PMDB), o vice-prefeito da Capital, Gilmar Olarte (Pros), e 14 vereadores. Veja a relação completa abaixo: