O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou que o Estado de Mato Grosso do Sul precisa ser ressarcido pelos desvios de recursos, após a apuração final da Operação Lama Asfáltica. Ele também revelou que, nesta 2° fase, não foi feita nenhuma recomendação para rompimento de contratos, com empresas citadas, pelos órgãos de controle "Não temos nenhuma recomendação, a PGE (Procuradoria Geral do Estado) está em contato direto com os órgãos de controle, se tem alguém lesado nesta história é o Estado e este precisa ser ressarcido", disse Azambuja, durante entrega de doações aos municípios, na sede da Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho).
Reinaldo diz que sua gestão tem "muita preocupação" sobre estes contratos e empresas envolvidas, por isso sempre fica próxima e em diálogo constante com as autoridades. "Quando for apurado estes desvios (recursos), o governo deve ser ressarcido para se utilizar estes recursos em áreas importantes ao Estado".
Investigação - De acordo com a Polícia Federal, já foi apurado um desvio de R$ 44 milhões de obras e compras públicas. Esta segunda fase foi batizada como "Fazenda da Lama", com o foco na lavagem de dinheiro, em uma "rede de laranjas". Estes valores teriam sido transformados em fazendas, que totalizam 67 mil hectares espalhados por Mato Grosso do Sul.
Desta vez foram presas 15 pessoas, entre políticos, servidores, ex-secretários, empresários e familiares. Oito tiveram decretadas suas prisões preventivas, entre eles o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, os empresários João Amorim e Flávio Henrique Scrocchio e Wilson Roberto Mariano de Oliveira, servidor da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
Eles estão no Centro de Triagem, no complexo Penal de Campo Grande, no Jardim Noroeste. Já Raquel Giroto, esposa do ex-deputado, Mariane Mariano de Oliveira, filha de Wilson Mariano, Elza Cristina Araújo, secretaria e sócia de João Amorim e a filha do empresário, Ana Paula Amorim Dolzan, permanecem em prisão domiciliar.
No ano passado, em função da 1° fase da Operação Lama Asfáltica, o governo estadual rompeu o contrato com a empresa Proteco, de João Amorim, para as obras do Aquário do Pantanal, após recomendação do MPF (Ministério Público Federal). No seu lugar retornou a empresa Egelte, que havia vencido a licitação do projeto.