A policial rodoviária federal lotada em Campo Grande, que foi presa no fim de semana no interior de São Paulo com um carro carregado com 108 quilos de pasta base de cocaína, já tinha sido flagrada em janeiro de 2015 por descaminho de suplementos alimentares, em Ponta Porã. Na ocasião, ela teria tentado intimidar os policiais durante a abordagem, se apresentando como agente da lei, da mesma forma que fez desta última vez. Na manhã desta segunda-feira (9), o superintendente regional da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul, Luiz Alexandre Gomes da Silva, concedeu entrevista coletiva sobre o caso à imprensa, sem informar o nome da policial, que já está na corporação há 18 anos.
A partir do flagrante, será aberto processo administrativo, cujas consequências podem ir da advertência à exclusão da corporação. A conclusão do processo se dá em até 150 dias. O superintendente explicou que no caso do processo anterior, a policial conseguiu suspender os trâmites com atestados médicos.
Ela, inclusive, tem histórico de passar longos períodos com atestados e, neste fim de semana, quando foi flagrada com o carro carregado de drogas, estava voltando de férias, iria retomar o posto nesta segunda-feira.
A mulher atuava na área administrativa da Superintendência, onde estava atuando desde a ocorrência de janeiro do ano passado, segundo a PRF, sem porte de arma ou acesso a informações privilegiadas.
Luiz Alexandre reforçou o “compromisso da PRF em combater a corrupção dentro da corporação” e disse que a condução do caso será “rigorosa e enérgica”. Flagrante – O flagrante de tráfico foi feito no sábado (07) por policias do TOR (Tático Ostensivo Rodoviário). A droga, avaliada em R$ 3 milhões, estava em uma Renault Duster com placas de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Quando a condutora foi parada pelos policiais se mostrou nervosa, alegou que estava indo para Americana, no interior paulista, para comprar roupas, se identificou como policial rodoviária federal e tentou evitar a batida policial.
O flagrante foi no quilômetro 212 da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-225), a Bauru-Jaú, em Pederneiras. O nome da mulher não foi revelado, mas a assessoria de imprensa da PRF confirma que ela integra o quadro.
Interrogada, ela contou que a droga estava sendo transportada desde a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã. Mãe e filho foram levados para as cadeias de Avaí e Pirajuí, respectivamente. Segundo a PRF, a remoção para Campo Grande só ocorrerá se ela solicitar.