Autossuficiência do mercado de forró eletrônico faz nomes como Eliza Clívia
19/06/2017 06:54 em BRASIL

Por Mauro Ferreira

 

O nome da cantora paraibana Eliza Clívia Angelino Maranhão (14 de novembro de 1979 – 16 de junho de 2017) ecoou de forma trágica em escala nacional, neste fim de semana, por conta do acidente de carro que fez Clívia sair de cena na tarde de sexta-feira, aos 37 anos. O fato de que parte do Brasil somente ouviu falar no nome da artista a partir da morte dela evidencia a autossuficiência e a autonomia do mercado nordestino do gênero rotulado como forró eletrônico.


Nesse segmento, alimentado por circuito de shows centrado no Nordeste, é possível uma cantora contabilizar 20 anos de carreira, como era o caso de Eliza, sem se tornar conhecida no eixo Rio–São Paulo, tradicional catalisador de tendências, modismos e ídolos musicais.


Eliza Clívia, cuja trajetória musical foi iniciada na cidade interiorana de Monteiro (PB) como integrante da Big Banda, atuou por dez anos – de 2003 a 2013 – como vocalista da banda potiguar Cavaleiros do Forró, formada em 2001 pelo empresário e produtor Alex Padang. Bandas desse gênero empresarial são fabricadas em escala industrial no Nordeste e geram renda e hits basicamente no circuito de shows das regiões Norte e Nordeste do Brasil.


Após deixar a Cavaleiros do Forró, Eliza migrou em 2013 para outra banda, Cavalo de Aço, da qual saiu neste ano de 2017 para tentar uma carreira solo encerrada tragica e precocemente quando o carro que transportava a cantora avançou cruzamento em Aracaju (SE) e foi colhido por um ônibus, tirando a cantora de cena. Foi somente então que uma parte do Brasil ouviu falar de Eliza Clívia. Como ela, existem centenas de artistas que constroem carreiras sem que a fama extrapole a autônoma nação nordestina.


(Crédito da imagem: Eliza Clívia em foto de divulgação)

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