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Funknejo: duetos de sertanejos com MCs emplacam nas paradas de fim de ano no Brasil
MÚSICA
Publicado em 07/12/2017

Lucas Lucco com MC Lan, João Neto & Frederico com Kevinho e mais: veja lista de parcerias em alta; elas levam funkeiros para as rádios e renovam público de sertanejos.

Por Rodrigo Ortega, G1

Cê acredita?

bordão acima, do funkeiro Kevinho, apareceu em quatro sucessos com ídolos sertanejos em 2017. É que ele foi o MC mais procurado para duetos do funknejo. A união de nomes famosos dos dois estilos foi crescendo durante o ano, e agora ocupa cinco posições no top 50 do Spotify no Brasil.

O termo funknejo não é novo: ficou popular com o estouro de "Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha", de João Lucas & Marcelo, em 2012. Desde então, alguns sertanejos tentam incorporar o tamborzão do funk. A novidade neste ano é que os MCs mais famosos, especialmente os de São Paulo, embarcam nas parcerias.

Os dois lados encontram vantagens: a união leva funkeiros de SP às rádios e tem ajudado a renovar o público de alguns sertanejos. Veja abaixo uma lista com os principais hits e, em seguida, leia mais sobre as parcerias.

 
Lista de parcerias entre funkeiros e sertanejos em 2017 (Foto: Arte G1)Lista de parcerias entre funkeiros e sertanejos em 2017 (Foto: Arte G1)

Lista de parcerias entre funkeiros e sertanejos em 2017 (Foto: Arte G1)

No YouTube, esses 12 principais funknejos de 2017 têm entre 5 milhões ("De calcinha e camiseta") e 156 milhões de visualizações ("Mentalmente"). No Spotify, cinco deles estavam no top 50 do dia 6 de dezembro:

 

 

  • 4º - "Permanecer" - Lucas Lucco e MC G15
  • 5º - "Deixa ela beijar" - Matheus & Kauan com MC Kevinho
  • 38º - "Cê acredita" - João Neto & Frederico e MC Kevinho
  • 40º - "Tic tac" - Lucas Lucco e Mc Lan
  • 47º - "Esqueci como namora" - Nego do Borel e Maiara & Maraisa
  • 'Antenado no povo'

     

    Frederico, cantor da dupla com João Neto, falou ao G1 sobre a parceria "Cê acredita", com Kevinho. Foi um raro caso de grande sucesso simultâneo nas rádios e em streaming durante o ano. O convite para a colaboração veio de João Neto & Frederico, em maio deste ano.

     

    "Estamos com onze anos de carreira. Temos que ficar preocupados com o mercado. É um produto que precisa ir se atualizando. Um dos estilos em bom momento é o funk. Por isso colocamos Kevinho, menino jovem que atinge a galera. Tem que estar antenado no povo", diz Frederico.

     

    A composição foi sob encomenda. "Pedimos para quatro amigos nossos [Daniel Rangel, Elan Borges, Bruno Sucesso e Marcello Damasio] para estudar o Kevinho e colocar os palavreados dele na letra. Três dias depois, voltaram com 'Cê acredita'. Falamos: 'É essa'. No show é 'um pipoco'. É um dos três maiores sucessos nossos, junto com 'Lê lê lê' (2011) e 'Pega fogo, cabaré' (2007)."

    Frederico é pragmático: "O que a gente gosta é música romantica, letra bonita. Só que só essas não vendem show. A gente vive de show", diz.

     

    "Algumas pessoas nos criticaram por gravar com cantor de funk. Respondi assim a elas: 'Quem paga ingresso é o povo.' O mercado partiu para esse lado. Se a gente não partir também, vai vender show para quem?"

     

     
    O funkeiro Kevinho (centro) junto com a dupla sertaneja João Neto & Frederico (Foto: Divulgação)O funkeiro Kevinho (centro) junto com a dupla sertaneja João Neto & Frederico (Foto: Divulgação)

    O funkeiro Kevinho (centro) junto com a dupla sertaneja João Neto & Frederico (Foto: Divulgação)

    'Ganha-ganha'

     

    Mas a vantagem não é só dos sertanejos. "As parcerias são oportunidades que fazem todo o sentido para os dois lados. Geram um ganha-ganha", diz Guilherme Figueiredo, diretor de marketing da gravadora Som Livre.

    "O sertanejo tem chance de renovar o público. Quando grava com funk, por exemplo, ele participa de mais playlists, e amplia os pontos de contatos deles com ouvintes", explica Guilherme. "Já os artistas de funk têm uma oportunidade de tocarem nas rádios e também ampliarem a audiência fora do eixo Rio-SP", diz Guilherme.

    A empresa de monitoramento de rádios e internet Playax analisou as execuções os funknejos a pedido do G1. A comparação mostrou artistas de funk que tinham milhões de audições na web e pouco espaço nas rádios, mas que começaram a aparecer em mais emissoras com os funknejos.

    Os gráficos abaixo, do monitoramento da Playax, mostra o exemplo de dois MCs, Kevinho e Tati Zaqui, que já tinham funks muito populares no Youtube, mas só cresceram nas rádios ao lançarem funknejos:

     

    Desempenho de MC Kevinho nas rádios em 2017:

     

     

    Desempenho de Tati Zaqui nas rádios em 2017:

     

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