Frederico, cantor da dupla com João Neto, falou ao G1 sobre a parceria "Cê acredita", com Kevinho. Foi um raro caso de grande sucesso simultâneo nas rádios e em streaming durante o ano. O convite para a colaboração veio de João Neto & Frederico, em maio deste ano.
A composição foi sob encomenda. "Pedimos para quatro amigos nossos [Daniel Rangel, Elan Borges, Bruno Sucesso e Marcello Damasio] para estudar o Kevinho e colocar os palavreados dele na letra. Três dias depois, voltaram com 'Cê acredita'. Falamos: 'É essa'. No show é 'um pipoco'. É um dos três maiores sucessos nossos, junto com 'Lê lê lê' (2011) e 'Pega fogo, cabaré' (2007)."
Frederico é pragmático: "O que a gente gosta é música romantica, letra bonita. Só que só essas não vendem show. A gente vive de show", diz.
Mas a vantagem não é só dos sertanejos. "As parcerias são oportunidades que fazem todo o sentido para os dois lados. Geram um ganha-ganha", diz Guilherme Figueiredo, diretor de marketing da gravadora Som Livre.
"O sertanejo tem chance de renovar o público. Quando grava com funk, por exemplo, ele participa de mais playlists, e amplia os pontos de contatos deles com ouvintes", explica Guilherme. "Já os artistas de funk têm uma oportunidade de tocarem nas rádios e também ampliarem a audiência fora do eixo Rio-SP", diz Guilherme.
A empresa de monitoramento de rádios e internet Playax analisou as execuções os funknejos a pedido do G1. A comparação mostrou artistas de funk que tinham milhões de audições na web e pouco espaço nas rádios, mas que começaram a aparecer em mais emissoras com os funknejos.
Os gráficos abaixo, do monitoramento da Playax, mostra o exemplo de dois MCs, Kevinho e Tati Zaqui, que já tinham funks muito populares no Youtube, mas só cresceram nas rádios ao lançarem funknejos:
Desempenho de MC Kevinho nas rádios em 2017:
Gráfico mostra aumento de execuções de MC Kevinho nas rádios com lançamento de funknejos (setas vermelhas indicam datas de lançamento). A linha azul mostra o número de vezes tocadas na rádio por dia e a preta mostra o público estimado (em milhares) (Foto: Playax) (Foto: Playax)
Desempenho de Tati Zaqui nas rádios em 2017:
Gráfico mostra aumento de execuções da MC Tati Zaqui nas rádios com lançamento de funknejos (setas vermelhas indicam datas de lançamento). A linha azul mostra o número de vezes tocadas na rádio por dia e a preta mostra o público estimado (em milhares) (Foto: Playax) (Foto: Playax)
Mas a vantagem não é só dos sertanejos. "As parcerias são oportunidades que fazem todo o sentido para os dois lados. Geram um ganha-ganha", diz Guilherme Figueiredo, diretor de marketing da gravadora Som Livre.
"O sertanejo tem chance de renovar o público. Quando grava com funk, por exemplo, ele participa de mais playlists, e amplia os pontos de contatos deles com ouvintes", explica Guilherme. "Já os artistas de funk têm uma oportunidade de tocarem nas rádios e também ampliarem a audiência fora do eixo Rio-SP", diz Guilherme.
A empresa de monitoramento de rádios e internet Playax analisou as execuções os funknejos a pedido do G1. A comparação mostrou artistas de funk que tinham milhões de audições na web e pouco espaço nas rádios, mas que começaram a aparecer em mais emissoras com os funknejos.
Os gráficos abaixo, do monitoramento da Playax, mostra o exemplo de dois MCs, Kevinho e Tati Zaqui, que já tinham funks muito populares no Youtube, mas só cresceram nas rádios ao lançarem funknejos:
Desempenho de MC Kevinho nas rádios em 2017:
Gráfico mostra aumento de execuções de MC Kevinho nas rádios com lançamento de funknejos (setas vermelhas indicam datas de lançamento). A linha azul mostra o número de vezes tocadas na rádio por dia e a preta mostra o público estimado (em milhares) (Foto: Playax) (Foto: Playax)
Desempenho de Tati Zaqui nas rádios em 2017:
Gráfico mostra aumento de execuções da MC Tati Zaqui nas rádios com lançamento de funknejos (setas vermelhas indicam datas de lançamento). A linha azul mostra o número de vezes tocadas na rádio por dia e a preta mostra o público estimado (em milhares) (Foto: Playax) (Foto: Playax)
Sertanejo 'organizadinho'; funk 'criativo'
O produtor musical Yuri Martins assina dois funknejos nas paradas atuais, ambos com Lucas Lucco: "Permanecer", com Lucas Lucco, e "Tic Tac", com MC Lan. Ele vê aprendizados possíveis para os dois gêneros no encontro.
"O funk tem que aprender com o sertanejo sobre como se organizar. O funk é meio bagunçado: estrutura de show, forma de trabalhar. Você vai fazer uma parceria com o sertanejo e é tudo organizadinho", diz Yuri, produtor oriundo do funk.
"E o sertanejo pode aprender com o funk a atingir o público 'de raiz'. Porque às vezes o sertanejo faz muita música para o pessoal que tem dinheiro, o público 'boy'. Mas esquece que o público da comunidade também quer ouvir o sertanejo que fala a verdade. Acho que isso está acontecendo. O sertanejo vai atrás do funk porque quer atingir a comunidade", opina Yuri.
Guilherme Figueiredo vê chances de outras trocas: "O funk tem a aprender sobre a plataforma que o sertanejo montou para shows, para falar com o Brasil, com um alcance nacional. E o sertanejo tem a aprender com o funk na velocidade, na linguagem, nos modelos de trabalho criativos, voltados para o digital. É uma troca bacana."
Rodrigo Marim e Tati Zaqui (Foto: Divulgação)
Sertanejo 'organizadinho'; funk 'criativo'
O produtor musical Yuri Martins assina dois funknejos nas paradas atuais, ambos com Lucas Lucco: "Permanecer", com Lucas Lucco, e "Tic Tac", com MC Lan. Ele vê aprendizados possíveis para os dois gêneros no encontro.
"O funk tem que aprender com o sertanejo sobre como se organizar. O funk é meio bagunçado: estrutura de show, forma de trabalhar. Você vai fazer uma parceria com o sertanejo e é tudo organizadinho", diz Yuri, produtor oriundo do funk.
"E o sertanejo pode aprender com o funk a atingir o público 'de raiz'. Porque às vezes o sertanejo faz muita música para o pessoal que tem dinheiro, o público 'boy'. Mas esquece que o público da comunidade também quer ouvir o sertanejo que fala a verdade. Acho que isso está acontecendo. O sertanejo vai atrás do funk porque quer atingir a comunidade", opina Yuri.
Guilherme Figueiredo vê chances de outras trocas: "O funk tem a aprender sobre a plataforma que o sertanejo montou para shows, para falar com o Brasil, com um alcance nacional. E o sertanejo tem a aprender com o funk na velocidade, na linguagem, nos modelos de trabalho criativos, voltados para o digital. É uma troca bacana."
Rodrigo Marim e Tati Zaqui (Foto: Divulgação)