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Roberta Miranda fala de 'substitutas' sertanejas'
MÚSICA
Publicado em 07/07/2017

Ela lança DVD 'Os Tempos Mudaram' e fala sobre nova fase da música sertaneja: 'A mulher se libertou. Ela dá o recado dela, é independente, não é submissa'.

Por Marília Neves, G1 - Foto: Guto Costa

Roberta Miranda reinou sozinha no mercado sertanejo por décadas como a única mulher do estilo. Mas nos últimos anos, chegou um forte time feminino. Como diz o nome do novo DVD da cantora de 60 anos, “Os tempos mudaram”.

“Era enlouquecida de tanto trabalho. Hoje olho minhas colegas que fazem show de segunda a segunda... E era assim mesmo, por doze anos, sem férias sem nada. Você começa a entender que seu tempo é mais precioso. Começa a entender sua missão, seus fãs, a ter mais segurança, paciência”, diz Roberta em entrevista ao G1.

“São 30 anos que tem essa busca por uma nova Roberta Miranda. Nunca incomodou. Também, há 50 anos, buscam por um novo Roberto Carlos. E ele está aí.”

O DVD comemora os 30 anos de carreira da cantora, que devem ser pano de fundo também para um filme. "Claro que os diretores já estão procurando atrizes, mas tudo isso passa por mim. Não sei quem seria", explica a cantora.

“Tem muita gente que imita muita gente, mas ninguém que imita Roberta Miranda. Dizem que é um timbre difícil. Adoraria que alguém imitasse Roberta Miranda. Mas vamos ver.”

Bolero, sertanejo e sofrência apaixonada

Em “Os tempos mudaram”, ela mistura sertanejo com uma levada de bolero e a pegada da sofrência apaixonada. “Dói”, com Naiara Azevedo, “Canalha encantador” e “O meu coração disse sim” representam bem o disco.

O DVD teve participação de Marília Mendonça na faixa-título, além de contar com Day e Lara, Simone e Simaria, Solange Almeida e Maiara & Maraisa. Todas elas se reúnem para cantar “Majestade, o sabiá” - um dos maiores sucessos da cantora.

Roberta diz gostar em geral da nova fase do sertanejo. “A mulher se libertou. Ela dá o recado dela, de que ela pode, é independente, não é submissa. Embora você continue com seu companheiro, hoje não existe mais essa coisa de tolerar. Neste meio, você não vai ouvir falar dessas meninas que homem ousa encostar a mão nelas, que é algo que abomino, detesto, odeio.”

Carreira ou fortuna?

Há dois anos, Roberta que precisava de um tempo para as novas artistas mostrarem a que vieram. Questionada se, hoje, a mulherada chegou para ficar de vez, a cantora pondera:

“Quando eu disse isso, não tinha ainda essa meninada. Naquele tempo tinha a Paula Fernandes. Agora temos a invasão de grandes artistas. Mas quem tem que julgar se vai ficar ou não é o público. Desde que tenha talento e leve a sério a carreira. Quer carreira ou fortuna? São duas coisas diferentes”.

Golpes no começo da carreira

Recentemente, ela postou no Instagram uma montagem com uma foto atual e outra da década de 1980. Na legenda, resumiu a mudança com a frase: “Nesta época, ainda não tinham comido a minha inocência com farinha”. Ela explicou o post:

“Você passa por muita coisa, por momentos de inveja e as pessoas tentando te prejudicar de todas as maneiras. Se aproveitam de sua inocência. Golpes, traições, de todos os tipos. Então você começa a lidar com isso e a se proteger. Foi o que fiz.”

Sobre golpes, a cantora diz ter sofrido muitos. “Todo mundo sabe. Nos primeiros seis anos da minha carreira, foram milhões e milhões... Tive uma senhora empresária junto com uma advogada que me levou tudo o que eu tinha. Quando abri os olhos, só tinha tijolos. Passei um Natal com a polícia dentro de casa para descobrir quem eram as pessoas. Mas isso já passou.”

 

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