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Boncini ecoa padrões da Malta em EP solo, 'Prelúdio'
MÚSICA
Publicado em 30/05/2017

Boncini ecoa padrões da Malta em EP solo, 'Prelúdio', que resulta repetitivo

Mauro Ferreira

É até natural que as cinco músicas do primeiro disco solo do cantor paulista Bruno Boncini ecoem o som da Malta, banda da qual Boncini era o vocalista e principal compositor. Fora da Malta desde junho de 2016, em saída que surpreendeu o universo pop brasileiro, o artista esperou quase um ano para apresentar o primeiro projeto fonográfico individual. Disponível nas plataformas digitais desde ontem, 26 de maio de 2017, o autoral EP Prelúdio (Som Livre) patina em repetições ao longo das cinco músicas inéditas,  compostas somente por Boncini.

 

Além de cantar, Boncini toca piano e violoncelo no disco. Mas não consegue mostrar uma inspiração acima da média (já baixa) da Malta, banda paulista formada em 2013 que ganhou projeção nacional em 2014 ao vencer a primeira temporada do reality musical Superstar (TV Globo) e que emplacou na sequência a balada Diz pra mim (Bruno Boncini), fazendo do álbum Supernova (2014), um dos discos mais vendidos daquele ano.

 

Com letras triviais, composições como a balada Te esquecer batem na tecla já desgastada da falta do ser amado. Para piorar o quadro, Boncini parece forçar intensidade vocal ao cantar Acima do sol, música na qual sobressai o toque de um piano e que já ganhou clipe gravado na Islândia, em cenário ideal para o amor onírico retratado na letra (a melhor do disco).

 

Rosa branca desabrocha de início em clima folk, no toque do violão, mas logo ganha pressão e peso controlado para não assustar a legião feminina que curtia o padronizado som power pop da Malta sobretudo por conta do porte de galã de Boncini. O refrão de Rosa branca apela para o divino para suportar a espera do ser amado. Já Quem é canção sobre a procura de um amor que talvez toque corações velhos e cansados na busca. É música com algum potencial para seduzir fãs do artista.

 

O piano volta a sobressair no arranjo de Nossos dias em gravação que começa introspectiva, mas logo cai no som habitual de Boncini, repetindo padrões e ecoando o som da Malta além da conta. O EP Prelúdio chega ao mercado fonográfico sem uma centelha de novidade que justifique a carreira solo do cantor. Se era para fazer mais do mesmo, por que sair da Malta?

(Crédito da imagem: capa de Prelúdio, EP solo de Bruno Boncini)

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