Com apoio do Governo do Estado, acadêmicos beneficiados pelos programas Vale Universidade e Vale Universidade Indígena realizam o sonho de cursar o ensino superior em Mato Grosso do Sul.
Desde 2015 os programas já beneficiaram aproximadamente 10 mil alunos em todo o Estado. Atualmente, 980 estudantes - de 71 cursos de 44 instituições de ensino superior - recebem o benefício.
Entre os beneficiários, as histórias de superação e persistência em continuar estudando são muitas, além do reconhecimento e gratidão pelos programas estaduais que possibilitam a realização da graduação.
É o caso da acadêmica de História no município de Amambai, Mizolene Carlos, 28 anos. Indígena da etnia kaiowá, ela começou o curso em 2020. “Eu não tinha bolsa na época, e veio a pandemia, precisei trancar. Mas em 2021 voltei para a faculdade e passei a receber o benefício. Me influenciou bastante a permanecer na universidade”.
Com as dificuldades próprias do curso superior, ela relata que o programa contribui para que não desista de concluir a faculdade. “O auxílio é muito importante para todos os acadêmicos, ajuda a permanecer firme na universidade, e sem ele auxílio muitos teriam abandonado. Eu como estudante indígenas, sou muito grata a esse programa, que tem ajudado bastante na minha carreira acadêmica”, disse Mizolene.
Acadêmica da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), ela recebe R$ 900 de auxílio. “Eu uso para comprar alimentação, materiais para a aula e pago transporte, para me deslocar até a UEMS, onde faço estágio”.
Emily Duarte Pires, 20 anos, recebe o Vale Universidade há pouco mais de um ano, o que mantém seus estudos, já que cursa uma universidade particular. “Eu já fazia o curso, e receber o auxílio me ajudou a continuar, pois a mensalidade é bem cara, e cada vez a tendência é aumentar”.
Acadêmica de Biomedicina em Campo Grande, ela relata que o programa possibilitou que ela estudasse o que sempre desejou. “É um prazer poder contar sobre o Vale Universidade. Sou muito grata por esse programa. Se não tivesse o auxílio, talvez eu teria que optar por um curso disponível em universidade pública, e fazer algo que eu não goste”, disse.
Já a acadêmica de Psicologia, também em uma universidade particular da Capital, Débora dos Reis da Silva, 31 anos, passou a receber o benefício em abril deste ano. “Quando me chamaram, eu já estava matriculada. Comecei a receber e me influenciou, pois sem ele não conseguiria pagar as parcelas da faculdade. Sem o auxílio na teria parado os estudos”.
A Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos) é a pasta gestora do programa. “O Vale Universidade é um programa que transforma realidades em Mato Grosso do Sul. Em muitos casos, acadêmicos do Vale são os primeiros a terem diploma de ensino superior na família, e isso acaba refletindo no desenvolvimento social e econômico de um todo. Nossos esforços sempre miram o aperfeiçoamento das ações, unindo conhecimento teórico com a prática. É com oportunidades como essa que as famílias de nosso estado estão avançando e conquistando novos espaços na sociedade”, pontuou a titular da Sead, Patrícia Cozzolino.
Como funciona
No Vale Universidade, o acadêmico beneficiário cumpre estágio de 20 horas semanais diretamente ligado à sua área de atuação. O contato direto contribui para seu futuro profissional e já o integra com a realidade de sua área de trabalho.
O Governo do Estado, dentro de um teto estabelecido, paga até 70% da mensalidade, à instituição de ensino outros 20%, cabendo ao acadêmico o restante.
Já o Programa Vale Universidade Indígena apoia a permanência do acadêmico indígena da UEMS, mediante a concessão de benefício social.
Os programas também possuem uma rede de parceria para a realização de estágio, com 80 órgãos públicos e organizações da sociedade civil, e 453 locais de estágio em todo o Estado. Para este ano, o investimento previsto no Programa Vale Universidade é de aproximadamente R$ 10,9 milhões, destes, R$ 2,5 milhões já foram destinados entre janeiro e março.
O Programa Vale Universidade Indígena tem parceria com dez instituições de ensino e acadêmicos de 17 cursos. Os estágios são realizados em 19 órgãos, com 40 locais. Os investimentos previstos para este ano são superiores a R$ 8,6 milhões.