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V.tal recebe aporte de R$ 2,5 bilhões do CPP; TIM expande parceria Leia mais em https://braziljournal.com/v-tal-recebe-aporte-de-r-25-bi-do-cpp-tim-expande-parceria/ .
TECNOLOGIA
Publicado em 25/11/2022

O CPP Investments – o maior fundo de pensão do Canadá – está pagando R$ 2,5 bilhões por uma participação de 9,7% na V.tal, a maior rede neutra de fibra ótica do País, criada a partir do legado da Oi.

O CPP está aportando os recursos no FIP que detém o conrole da V.tal.  Os cotistas do FIP incluem a partnership que controla o BTG Pactual, clientes do wealth management do banco e o GIC, o fundo soberano de Singapura.

Com o aporte, o FIP aumenta sua participação na V.tal de 61,8% para 65,9%.  A Oi detém os outros 34,1% da companhia.

O aporte do CPP – um investidor histórico e recalcitrante no Brasil, com participação em empresas como a Iguá Saneamento e a Auren Energia  – acontece apesar de toda a incerteza que cerca a política econômica do próximo Governo, e avalia a V.tal a um enterprise value de R$ 24 bi, 15% acima do valuation que o FIP pagou originalmente.

A V.tal é dona da maior rede neutra de fibra ótica do País – com 430 mil quilômetros – o que a posiciona para surfar a demanda por serviços de 5G, edge data centers e aplicações para internet of things.

A empresa deve terminar o ano com 20 milhões de ‘homes passed’ (clientes servidos), comparado a 15 milhões no final de 2021.

Em outra vitória para a companhia, a TIM Brasil anunciou esta manhã que vai passar a usar a rede da V.tal nos serviços fiber-to-home, a primeira grande operadora além da Oi a aderir ao conceito de rede neutra que está no cerne do modelo de negócios da V.tal.

A decisão do CEO Alberto Griselli deve poupar bilhões de reais em capex ao longo dos anos, abrindo espaço para a TIM aumentar seu dividendo ou recomprar sua ação num momento em que sua controladora, a Telecom Italia, aposta tudo um turnaround.

A entrada do CPP deixa a V.tal com um caixa líquido de R$ 1,5 bilhão e posiciona a companhia para crescer em novas linhas de negócios – como antenas 5G e data centers – ou um grande M&A num futuro próximo.  

A V.tal deve terminar o ano com receita de R$ 5,9 bilhões e EBITDA de R$ 2,9 bilhões, um crescimento de 58% em relação ao ano passado. A conclusão do negócio depende do cumprimento de condições precedentes típicas deste tipo de transação.

O novo aporte de equity não é a única novidade na estrutura de capital da empresa.

A V.tal está negociando o alongamento de sua dívida antes de um potencial IPO em 2023.

Em junho, a V.tal tomou uma linha de R$ 5,7 bilhões com um pool de bancos a CDI + 3,5%; o pagamento – bullet – é ao final de três anos.

Agora, o CFO José Miguel Vilela está negociando com organismos multilaterais o alongamento para um prazo de 10 anos com duration de 7, uma fonte a par do assunto disse ao Brazil Journal.

A V.tal está criando no Brasil o conceito de rede neutra, em que operadoras e ISPs abrem mão de ser donas do ativo fixo e passam a alugar a rede de um terceiro, como a V.tal – o mesmo modelo que muitas operadoras já adotam para gerenciar suas torres de celular.

Com a Selic em quase 14% – e com viés de alta graças à incerteza fiscal trazida pelo próximo governo – o incentivo cresce a cada dia para que operadoras reduzam seu capex ou monetizem suas redes de fibra.

Além de aliviar o fluxo de caixa das operadoras, a adoção da rede neutra permite reduzir o time to market das telcos e ISPs ao tentar penetrar áreas onde ainda não têm presença.

 

Fonte: Braziljournal.com

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