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Rádio faz 100 anos no Brasil. O ‘companheiro fiel’ se modernizou e está mais forte!
BRASIL
Publicado em 08/09/2022

FONTE: Só Notícia Boa, por Monique de Carvalho

 

 

7 de setembro, dia de festa! Dia da Independência e também de comemorar os 100 anos do rádio, o veículo que durante esse tempo todo informa, emociona e faz companhia, onde quer quer você esteja. Há 100 anos, quando o Brasil fazia a primeira transmissão de rádio, eram apenas 80 receptores e um pequeno grupo, que pôde testemunhar a invenção que transformaria os hábitos e costumes da sociedade brasileira nas décadas seguintes.

E logo o rádio se tornou um veículo de entretenimento, cultura, informação e prestação de serviço. Com tantas mudanças tecnológicas, ele foi se atualizando, se modernizando, tem até imagem agora! Contra previsões pessimistas de que morreria com a chegada da TV, depois da internet e do streaming… ele se mantém vivo e forte.

O dado mais recente sobre a taxa de penetração do rádio no país (2009) mostra que 87,9% dos domicílios brasileiros têm rádio. Hoje são mais de 9 mil emissoras – segundo o Ministério das Comunicações – entre rádios online, comunitárias, AM e FM. Sim, nosso amigo fiel resiste bravamente, como disseram comunicadores em entrevista ao Só Notícia Boa (veja abaixo)

 

Rádio agora tem imagem

Para Eli Corrêa, um dos maiores nomes da história do rádio no Brasil, o rádio é multiplicador e continua unindo e ajudando as pessoas.

“Nestes tempos digitais, nesta ultra modernidade, vamos dizer assim, eu que comecei quando as coisas eram muito analógicas, e hoje todas digitais, vi o rádio se readequando. O rádio vai se adaptando”, diz Eli ao Só Notícia Boa. E ele acredita que o rádio está mais forte:

“Hoje o rádio, talvez seja ainda mais forte que antes. Porque além do áudio, ainda tem a imagem. Hoje nós podemos ter o rádio com imagem. Então, nestes tempos modernos, o rádio continua sendo o mais importante veículo de comunicação de todos os tempos”, afirmou.

Com mais de 50 anos no rádio, Eli Corrêa é uma referência. A forma alegre de interagir com os ouvintes rendeu a ele o título de “O homem sorriso do rádio”. Dono do bordão “”Oiiiii, gente!”, ele já passou por emissoras importantes, como Rádios Tupi, Globo, Record, América e Capital.

Eli viveu toda essa transição e, para ele, as mudanças só trouxeram o público ainda mais para perto das transmissões.

A tecnologia agregou

Para a jornalista Vanessa Di Sevo, da Nova Brasil FM, a tecnologia foi necessária e agregadora.

“Já decretaram o fim do rádio algumas vezes na história. A verdade é que o rádio segue brilhante e adaptado às novas tecnologias. É um privilégio construir uma carreira em rádio e ainda integrar a galeria dos “Campeões do Microfone”, ao lado de nomes irônicos do radiojornalismo”, afirmou.

“O rádio mudou minha vida! Foi o único canal de comunicação que me possibilitou atingir todas as camadas e classes sociais. É a forma mais franca, popular e democrática de diálogo com o povo”, afirmou Carmela, a apresentadora mais popular de Brasília. Ela é locutora e jornalista do grupo Metrópoles, que já passou pela Unesco e pelo Correio Braziliense, entre outros.

Radialista da nova geração, Thiago Santé, da Clube FM Brasil, de Brasília, também defende que o rádio nunca esteve tão próximo dos ouvintes quanto nestes tempos mais modernos.

“O rádio segue democrático, acessível, divertido, rápido e companheiro. As pessoas podem ouvir suas músicas preferidas, descobrir novos artistas, ficarem bem informadas, dar boas gargalhadas, participar de promoções e ter a certeza de que não estão sozinhas”, defende Thiago.

“É verdade que o modo de consumir áudio dos ouvintes mudou, mas não quer dizer que os afastou do nosso centenário rádio. O rádio é humano, feito por pessoas para pessoas. A comunicação é real, o envolvimento especial, a mágica de ouvir, imaginar, criar e toda emoção de ouvir nas ondas do rádio sua música ou seu artista”, disse o radialista ao Só Notícia Boa.

Informador e inclusivo

Eli também defende que o rádio continua aquele companheiro fiel. É informador e inclusivo.

“É o rádio que nivela todas as pessoas. Não importa a sua raça, não importa a sua cor, não importa o seu credo. O rádio é um companheiro, o rádio é um amigo, ele informa, ele denuncia, ele defende, ele entretém, ele, enfim, faz companhia”, afirmou.

“Às vezes à noite, uma pessoa está ali sofrendo, chorando, a dor da depressão, liga o rádio e ela começa a sentir uma nova vida fluindo, porque o rádio vai fazendo companhia a ela e ela não se sente mais tão só. O rádio é isso! É companheiro, é amigo”, explica o radialista.

Os cearenses Ítalo Duarte e Raiany Paiva são também dois grandes exemplos do quanto o rádio pode transformar vidas.

Pais da pequena Ágatha, de 7 anos, que nasceu com distrofia muscular congênita, considerada uma doença rara, eles resolveram criar rádio online Ame os Raros para ajudar pais que passam pelas mesmas dificuldades, além de ajudar a disseminar a inclusão de pessoas com deficiência.

“A ideia deste canal de comunicação é dar voz aos raros, dar voz às famílias e aos médicos”, explica Ítalo.

“A rádio acaba sendo uma fonte de ensino tanto no início do diagnóstico quanto durante os tratamentos. Quando os médicos participam, dão orientações à população. As associações do Brasil inteiro participam da programação e muitas pessoas acabam conhecendo uma associação perto de casa e que não conheciam antes”, explica.

O comunicador conta que a resposta é muito positiva e que, mesmo com um trabalho simples, ele se sente fazendo um papel social muito importante. “Recebemos mensagens diárias de várias famílias do país e o nosso objetivo maior é ajudar e dar voz a todos que nos procuram”, afirma.

Comemoração especial

Para homenagear os 100 anos do rádio no Brasil, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) preparou uma série de ações comemorativas.

A associação criou um spot de 30” para veiculação gratuita pelas emissoras de rádio. O material ressalta a importância do meio e as várias áreas de atuação, seja em relação às notícias, ao esporte, utilidade pública ou música, além de mencionar a constante renovação do rádio ao longo desses cem anos.

Além disso, outras comemorações foram preparadas para serem divulgadas ao longo dos próximos dias nas redes sociais e no site da ABERT. Acompanhe clicando aqui.

E, nestes 100 anos do rádio no Brasil, só temos o que comemorar e agradecer por esse grande companheiro, que  fala ao vivo com a gente… traz a notícia com agilidade e pode ser ouvido em qualquer canto do mundo, principalmente agora com o sinal na internet.

E Eli Corrêa terminou a entrevista pedindo que o rádio volte a unir as pessoas no Brasil:

“Façamos bom uso do rádio, principalmente para promovermos a paz e o entendimento entre todas as pessoas. Esse é o rádio, 100 anos levando alegria, levando coisas boas, notícias boas. Eu tenho muito o que agradecer! O rádio chega aos 100 anos mais vigoroso do que nunca! Mais moderno do que nunca”, comemorou o “homem sorriso do rádio”.

Placa comemorativa em homenagem a primeira transmissão do rádio no Brasil, em 1922, no Rio de Janeiro - Foto: reprodução EBC

Placa comemorativa em homenagem a primeira transmissão do rádio no Brasil, em 1922, no Rio de Janeiro – Foto: reprodução EBC

Eli Corrêa, considerado o maior nome do rádio no Brasil - Foto: reprodução Instagram @elicorreaoigente

Eli Corrêa, considerado o maior nome do rádio no Brasil – Foto: reprodução Instagram @elicorreaoigente

Thiago Santé, diz que o rádio nunca esteve tão presente em nossas vidas como hoje- Foto: reprodução Instagram @thiagosante

Thiago Santé, diz que o rádio nunca esteve tão presente em nossas vidas como hoje- Foto: reprodução Instagram @thiagosante

Ítalo e Raiany criaram a rádio Ame os Raros para defender a inclusão - Foto: arquivo pessoal

Ítalo e Raiany criaram a rádio Ame os Raros para defender a inclusão – Foto: arquivo pessoal

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